INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
 GRI 103-2, 103-3 

A inovação e o desenvolvimento tecnológico são fundamentais para aprimorar continuamente os processos que envolvem a logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas, resultando em aumento de eficiência, redução de custos e maior sustentabilidade para o Sistema Campo Limpo.

Um dos destaques é o projeto de rastreabilidade, desenvolvido pelo inpEV e que começou a ganhar escala em 2021. Além das duas unidades onde ocorreram os testes, a rastreabilidade já foi estendida a outras 25 centrais. Como o modelo emprega o padrão de identificação da GS1, o projeto foi reconhecido no Prêmio Automação 2021, da GS1 Brasil, na categoria sustentabilidade.

A nova prensa projetada especificamente para a operação do Sistema Campo Limpo foi outra entrega inovadora. O modelo foi desenhado com um parceiro externo e testado na central de Araraquara (SP). Com a inclusão da automação e em linha com todas as normas regulamentadoras (NRs), o equipamento possibilita um ciclo mais rápido de prensagem e ainda aumenta a segurança do operador. O ganho de velocidade permite que a mesma prensa atenda simultaneamente mais de uma célula de alimentação de embalagens, demandando um menor número de prensas por central. Na unidade de Araraquara, o total de prensas disponíveis passou de cinco para quatro, e a produtividade aumentou 65%. A expectativa é que, a partir de 2022, a nova prensa chegue a outras centrais que integram o Sistema, especialmente naquelas que recebem volumes mais significativos de embalagens.

Outros exemplos de inovação

Há também algumas inovações de processos desenvolvidas nos últimos anos, que já representaram uma redução de custos relevante para o Sistema. Com um reciclador parceiro, o inpEV desenvolveu uma solução que permite a reutilização das estruturas metálicas dos contêineres IBC, anteriormente enviadas à incineração. Desde 2016, quando foi implementada, a inovação significou uma economia de R$ 5,8 milhões. Atualmente, o Instituto e o reciclador estudam como viabilizar a reciclagem da embalagem plástica do contêiner IBC.

A mudança no processo de retirada dos rótulos e bulas das embalagens de defensivos agrícolas (antes feita manualmente nas unidades de recebimento do Sistema e hoje realizada de modo automatizado pelos recicladores) e a solução que possibilitou a reciclagem das embalagens rígidas não lavadas também já representaram uma redução de custos de R$ 7,9 milhões desde 2019.

A SST já era usada pelas 52 centrais gerenciadas pelo inpEV e 26 centrais conveniadas no fim de 2021. O modelo simplifica e desburocratiza a movimentação dos remanentes.

65%

de aumento de produtividade
com a nova prensa na
unidade de Araraquara.

RASTREABILIDADE
  • Na pesagem, os fardos com as embalagens compactadas recebem um código datamatrix, que armazena diferentes informações, como peso total, tipo e origem do material.
  • Um equipamento específico faz a leitura do código e transmite os dados automaticamente ao Sistema de Informação das Centrais (SIC).
  • Além de agilizar o processo nas centrais e reduzir a ocorrência de erros, com o código é possível acompanhar a trajetória daquele fardo até seu destino final.

PATENTE VERDE

Valorizando o caráter pioneiro e inovador do Sistema Campo Limpo, uma das conquistas do ano foi a obtenção da patente verde para o processo de reciclagem que origina a embalagem Ecoplástica®, produzida pela Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A.

A patente, concedida em abril pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), engloba o processamento das embalagens vazias nas centrais de recebimento, sua destinação ambientalmente correta (transporte até a recicladora) e a fabricação da embalagem a partir da resina pós-consumo.

MODELO APRIMORADO

Outro exemplo de inovação de processos desenvolvido pelo inpEV é o modelo aprimorado para o transporte dos remanentes (embalagens vazias de defensivos agrícolas). Como esse tipo de embalagem não tem valor comercial e não é tributado, o modelo prevê a substituição das notas fiscais (não exigidas por lei) pela Solicitação de Saída e Transporte (SST), que acompanha as embalagens vazias em todas as etapas de movimentação – dos agricultores até os postos ou centrais, dos postos às centrais e das centrais aos parceiros recicladores ou que realizam a incineração.

Em novembro, o Instituto promoveu, em parceria com a Faculdade de Economia e Administração de Ribeirão Preto (FEA-RP), da Universidade de São Paulo (USP), um simpósio para abordar os impactos contábeis, fiscais e tributários do modelo aprimorado. Apresentado também ao Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o inpEV trabalha para a aprovação de uma normativa que regulamente o modelo aprimorado em todo o país.