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Sistema Campo Limpo
 GRI 102-6, 102-7, 103-2, 301-3, 306-1

 

A cadeia desenvolvida pelo Sistema Campo Limpo é responsável por destinar corretamente 94% de todas as embalagens plásticas primárias1 de defensivos agrícolas colocadas no mercado brasileiro. Referência em logística reversa e exemplo de aplicação do conceito de economia circular, o Sistema possibilita que, de cada 100 embalagens vendidas, 93 retornem ao processo produtivo após seu uso no campo, originando novas embalagens de agroquímicos seguras e certificadas e outros artefatos aplicados em uma série de setores como construção civil, energia e indústria automotiva. O volume que não pode ser reciclado – cerca de 7% do total – também é destinado de forma correta.

Para que todos esses resultados se tornem realidade, o Sistema Campo Limpo reúne a indústria fabricante, o canal de distribuição, os agricultores e o poder público. Cada um desses elos tem seu papel e suas responsabilidades definidas por legislação para promover a logística reversa e dar destinação ambientalmente adequada a essas embalagens. Essa estrutura forma, assim, o programa brasileiro de logística reversa das embalagens vazias ou com sobras pós-consumo de defensivos agrícolas.

O Sistema está presente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, somando 411 unidades fixas (postos e centrais de recebimento), além de recebimentos itinerantes que garantem a proximidade com os produtores rurais que vivem em locais mais distantes das unidades fixas.

O inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) é a entidade gestora do Sistema e todo o processo é regulamentado pela Lei de Agrotóxicos (Lei Federal nº 7.802/1989 e Decreto Federal nº 4.074/2002).

1. Aquelas que têm contato com o produto.

Programa de Gestão Integrada de Centrais1  GRI 102-10 

Parte de um processo contínuo de busca de eficiência, a transferência da gestão das centrais de recebimento para o inpEV já tem trazido resultados positivos para todo o Sistema. Após mais de dois anos de implementação do modelo de gestão integrada, os objetivos de reduzir os custos do sistema e para os distribuidores, melhorar a padronização em questões de compliance e facilitar o dia a dia para o agricultor estão sendo alcançados. Desde 2019, o inpEV passou de seis para 52 centrais sob sua administração direta, com uma economia de aproximadamente R$ 5 milhões e avanço de 27% na produtividade dessas unidades.

O Programa de Gestão Integrada foi recomendado, após profundas análises, pelo Conselho Diretor do inpEV, do qual fazem parte representantes de todos os elos do Sistema Campo Limpo. Anteriormente, a maioria das unidades era administrada individualmente pelo canal de distribuição, por meio de suas associações e cooperativas. Como entidade gestora do Sistema, o inpEV detém o conhecimento de todo o processo de destinação das embalagens e dissemina boas práticas em temas como gestão ambiental, promoção de um ambiente seguro e eficiência.

Padronização de processos, compras de insumos centralizadas, planejamento conjunto das operações e atuação de times regionais especialistas são exemplos dos ganhos obtidos. Em 2021, 36 centrais sob gestão do inpEV já estavam certificadas pela ISO 9001, de gestão de qualidade.

Em linha com o princípio de atitude integradora e com o compromisso de manter o diálogo e a transparência na relação com os distribuidores, o inpEV instituiu reuniões periódicas de prestação de contas. Cada central se reúne com as associações e cooperativas de sua região para apresentar os resultados alcançados com o modelo.

Vale ressaltar que o modelo de gestão mudou, mas não a visão de trabalho em conjunto nas áreas de educação e orientação ao agricultor, com a participação de todos os elos da cadeia nas atividades do Dia Nacional do Campo Limpo (DNCL), nas ações do Programa de Educação Ambiental (PEA) Campo Limpo e em outras iniciativas que tragam resultados positivos para o Sistema Campo Limpo. A integração de todos os atores do Sistema (fabricantes, revendedores, cooperativas e agricultores) segue fazendo a diferença e sendo responsável pelo sucesso do programa.

1 A lista das centrais sob gestão do inpEV é apresentada em Expansão das operações.

Apoio aos postos

Visando a evolução de todo o Sistema, o inpEV realiza algumas iniciativas para apoiar o dia a dia dos postos de recebimento, gerenciados exclusivamente pelas associações de revendas e cooperativas. São exemplos:

  • Programa Integrar: garante o suporte permanente da central de recebimento mais próxima.
  • Sistema de Informação de Postos (SIP): permite o gerenciamento automatizado dos volumes recebidos, estocados e transportados até as centrais. No fim de 2021, 155 postos já utilizavam o SIP
  • Procedimento Operacional para Postos: diretrizes de qualidade que devem ser seguidas durante as etapas de recebimento, armazenagem e despacho das embalagens nessas unidades.
  • Cartilha de boas práticas: reúne informações sobre gestão administrativa e operacional e legislações pertinentes, além de reforçar tópicos como saúde e segurança, direitos humanos e direitos trabalhistas.

Com o resultado de 2021, o Sistema atingiu a marca de 650 mil toneladas de embalagens destinadas corretamente em 20 anos de existência.

VOLUME DESTINADO

 GRI 301-3, 306-3, 306-4, 306-5 

O volume de embalagens recebidas e destinadas pelo Sistema Campo Limpo cresce ano após ano. Em 2021, foram 53.573 toneladas, superando a meta inicialmente projetada para o período (53 mil toneladas). O resultado foi 7% mais alto que o registrado em 2020.

Todos os tipos de embalagem de defensivos agrícolas regularmente comercializados são destinados pelo Sistema Campo Limpo, incluindo as embalagens de plástico e metal, tampas e caixas de papelão utilizadas no transporte.

Com o investimento contínuo em tecnologia e inovação, o Sistema segue avançando para alcançar o reaproveitamento máximo das embalagens vazias. Em 2021, foi possível reciclar 100% das embalagens plásticas vazias, inclusive aquelas que não permitem ao agricultor realizar a tríplice lavagem, caso das embalagens de produtos para o tratamento de sementes.

Vale destacar que embalagens com sobras de produtos ou produtos vencidos, em desuso, que tiveram seu registro cancelado (mas não proibido) ou que apresentam danos que impedem a sua comercialização continuam sendo enviadas para incineração em empresas especializadas.

GESTÃO DE RESÍDUOS 1(t)  GRI 306-3, 306-4, 306-5 

 

Não perigosos2

Perigosos3

2019

2020

2021

2019

2020

2021

Geração

45.528,2

45.676,2

48.460,8

3.165,7

4.303,5

5.112,5

Reciclagem ou reutilização

45.528,2

45.676,2

48.460,8

362,7

850,6

894,1

Incineração

0,0

0,0

0,0

2.803,0

3.453,0

4.218,4

1 Os processos de reciclagem e incineração são realizados externamente, por empresas parceiras. Somente a preparação para reutilização, aplicada às grades do Intermediate Bulk Container/IBC, é realizada internamente.
2 Aço, embalagens plásticas lavadas de polietileno coextrusado (COEX) e polietileno de alta densidade (PEAD), papelão e tampas recicladas, além de alumínio (embalagens e grades de IBC).
3 Embalagens não lavadas (rígidas ou plásticas flexíveis), recicladas após processo de descontaminação, além de materiais incinerados, como embalagens de vidro, bombona do reservatório (Intermediate Bulk Container/IBC), hidróxido de alumínio e embalagens com sobras pós-consumo líquidas e sólidas. As embalagens com sobras totalizaram 131 toneladas em 2019, 99 toneladas em 2020 e 119 toneladas em 2021.

EMBALAGENS DESTINADAS (t) POR ESTADO – 2021

Mato Grosso 13.413.776 25%
Paraná 7.158.645 13%
São Paulo 5.629.638 11%
Rio Grande do Sul 5.404.929 10%
Goiás 4.958.176 9%
Goiás 4.958.176 9%
Mato Grosso do Sul 4.265.072 8%
Bahia 3.944.591 7%
Minas Gerais 3.579.078 7%
Maranhão 703.185 1%
Tocantins 1.039.518 2%
Outros 3.357.745 7%

Total1

53.454.353 100%

1 Não inclui as sobras pós-consumo recebidas

PRODUTOS ILEGAIS

Para eliminar o uso de produtos ilegais, há alguns anos o inpEV participa de um esforço coletivo que envolve Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Receita Federal, Polícia Federal, Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) e CropLife.

Como resultado desse trabalho em parceria, em 2021 cerca de 280 toneladas de produtos ilegais foram destinados de maneira ambientalmente adequada pelo Sistema Campo Limpo.